Artigo: exopolítica e a influência externa no pleito

Artigo: exopolítica e a influência externa no pleito

Essa eleição para a reitoria da UEA é marcada por um paradigma político muito complicado. Eu chamo isso de “exopolítica”, quando agentes, atores e setores externos da Universidade interviram diretamente no pleito.
Foi uma campanha que envolveu muito dinheiro, comparada às eleições para as prefeituras ou governo do estado. De passeata na Ponta Negra a carreatas pelas ruas da cidade.
Além disso, um apelo visual forte, como carros adesivados, faixas volumosas enfeitando as unidades, centros e núcleos da UEA. E não nos esqueçamos das viagens para os centros superiores em comitivas com números expressivos de pessoas.


Foi uma eleição que falou de fora para dentro, com manifestações de apoio político de vereadores e deputados. Algo realmente muito impressionante e pela primeira vez visto na história das eleições da UEA.
Em que pese a legitimidade dessas estratégias, acredito que elas indicam o início de um processo ou retrocesso que vai levar, em curto prazo, à perda da autonomia acadêmica da própria Universidade, uma vez que apoio de políticos não é dado de forma desinteressada.
A UEA está hoje fortemente vinculada aos interesses de um governo alinhado as políticas neoliberais do governo federal. Não é a toa que ouvimos do próximo reitor a necessidade de se fazer cortes no orçamento. Agora é esperar quais serão os cortes e considerar que é preciso fazer uso do Respeito, uma vez que esta foi uma palavra de ordem da chapa eleita.
Eglê Wanzeler é professora de História da Educação na UEA em Manaus. Coordena o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Experiências Transdisciplinares em Educação (Lepete), onde realiza formação continuada e inicial com professoras e professores da rede municipal.

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