Sind-UEA participa de evento sobre os 200 anos da independência: “Para Onde Vamos?”

A pergunta “para onde vamos?” é o ponto central do Seminário Duzentos Anos de Brasil e a Amazônia, evento que está sendo realizado em Manaus nesta segunda-feira (18), com encerramento amanhã (19). O encontro é alusivo ao bicentenário da independência do Brasil frente ao colonizador, Portugal, em 1822. A realização é da Fundação Perseu Abrama e o apoio é de nove instituições de ensino e pesquisa. O seminário acontece no auditório rio Solimões, setor Norte da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O principal objetivo do evento é gerar reflexões sobre o que significam os 200 anos de independência do Brasil a nível de país e num contexto regional, para a Amazônia. É o que explica uma das organizadoras da iniciativa, a professora de História da América (Ufam), Kátia Couto.
“A região amazônica vivenciou contextos de violência ao longo da sua história e que tem se acirrado no presente. Esse é o primeiro evento sobre os 200 anos de independência realizado no estado, data que será comemorada justamente em um ano importante para os brasileiros, que é o eleitoral”, comenta ela, que teve a ideia do evento junto dos professores Everaldo Andrade (USP) e Eduardo Nunes (Ufac).
As discussões no seminário se pautam pelo olhar amazônico em temas como independência, democracia, lutas populares, educação e ciência. Uma das palestrantes é a secretaria de Comunicação do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas (Sind-UEA), Ceane Simões.
“Fui convidada para falar sobre educação e nesse ponto, vejo como essencial pensarmos a descolonização dos currículos [educacionais]. Esse novo olhar é muito importante para que possamos enxergar um futuro diferente. A articulação entre escola e universidade, a perspectiva de enxergar uma intelectualidade engajada e contextos mais fraternos, antirracistas, são alguns dos nossos horizontes”, comenta.
Para a professora da UEA em Tefé (AM), Rita de Cássia, o seminário se propõe a pensar um futuro que leve em consideração a existência das populações tradicionais e o respeito às culturas. “Na educação, por exemplo, pensamos um modo que seja aliado à maneira de viver em comunidade, que considere os saberes tradicionais. As escolas e universidades precisam estar atentas a isso”, afirma a docente.
Programação
O seminário está dividido em mesas temáticas, sendo que a primeira, nesta segunda-feira (18) aborda “a independência tardia na região amazônica” e conta com a participação dos professores Everaldo Andrade (USP) e Marilene Corrêa (Ufam). Já a segunda, às 18h, apresentará “as lutas populares nos 200 anos de Brasil”, e será ministrada pelos professores Nélson Tomelin (Ufam) e Kátia Couto (Ufam).
Na terça-feira (19), a primeira mesa inicia às 9h e irá se voltar para “a educação, a ciência e a democracia”. Os palestrantes são os professores Eduardo Silveira Netto Nunes (Ufac), Rita Machado (UEA), João Maurício Gomes Neto (Unir) e Ceane Simões (Sind-UEA). A última mesa, às 18h, é “A floresta e o meio ambiente, a soberania e os desafios para os futuros da região”, com Luiz Antônio Nascimento de Souza (Ufam), Mislene Mendes (Funai) e Raimunda Monteiro (Ufopa).