‘Inclusão e acessibilidade devem ser pautas prioritárias na UEA’

‘Inclusão e acessibilidade devem ser pautas prioritárias na UEA’

Em alusão ao dia 3 de dezembro, quando o mundo celebra o Dia Mundial da Pessoa Com Deficiência, o Sind-UEA entrevistou a professora da Escola Normal Superior (ENS), Joab Grana, conhecida pela atuação no meio acadêmico e escolar em favor da acessibilidade e inclusão de PcD.
Coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da ENS e professora da educação básica especial por 18 anos, ela traz novo olhares sobre o caminho que ainda é preciso percorrer na comunidade acadêmica da UEA e na esfera institucional para alcançar um nível maior de inserção de docentes e alunos com deficiência. Confira a entrevista seguir.

Acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência vão além da redução de barreiras arquitetônicas, embora essa preocupação também precise estar presente. Considerando isso, mas também a redução de barreiras comunicacionais, informacionais, atitudinais e curriculares, como a senhora avalia a acessibilidade promovida pela UEA, hoje?
A discussão sobre a inclusão de pessoas com deficiência na universidade, é uma pauta que deve fazer parte da gestão superior, dos professores, dos técnicos, ou seja, de toda a comunidade acadêmica, pois envolve todos (as). A acessibilidade é um princípio pautado nos direitos humanos, trata-se do direito das condições de equitativa de oportunidade, que envolve ingresso, permanência e aprendizagem de todos (as) os estudantes com deficiência. Assim, faz-se necessário ações que promovam rupturas nas diversas barreiras, como exemplo: as atitudinais, devido a uma visão ainda capacitista acerca das deficiências.
Ainda nessa questão, mas em relação a unidades da UEA no interior, o cenário é pior ou melhor em comparação às unidades da capital?
Há necessidade do fortalecimento da construção de uma política institucional que possa atender todas as unidades acadêmicas da universidade do Estado do Amazonas. Quanto a situação das unidades no que tange o movimento de inclusão de estudante com necessidades educacionais específicas, os desafios são diversos, tanto na capital quanto nos Centros e Núcleos da UEA.
Em 2021 participamos de uma audiência pública na Assembleia Legislativa, onde tivemos a participação de acadêmicos com deficiência, Diretório Acadêmico e professores com a finalidade de propor na estrutura da Universidade uma Coordenação que pudesse articular as pautas de forma intersetorial e transversal na universidade. Além dos concursos públicos para TIL, Psicólogos, Pedagogos, etc.
*Outro grande tema que se relaciona com esse assunto é a promoção da permanência de pessoas com deficiência na universidade, seja na graduação ou em programas de pesquisa e extensão. Qual o cenário na UEA a esse respeito? A instituição está no caminho certo? *
Há movimentos na instituição, como a Tutoria, a contratação do Tradutor e Intérprete de Libras, formação continuada para professores que tem ocorrido nas unidades acadêmicas, diversos trabalhos sendo desenvolvidos por professores pesquisadores da UEA. Ano passado constituiu-se a Primeira Banca de Verificação no Vestibular, que possibilitou mapear os estudantes com deficiência e cursos que ingressaram na universidade. Destaco movimentos que acontecem na Universidade, que não podem deixar de ser mencionadas.
Há alguma ação que promova maior acessibilidade e inclusão no ambiente acadêmico, mas não está presente na UEA, e você gostaria de sugerir?
Precisamos, com urgência, implementar os Núcleos de Acessibilidade, garantir estruturas de funcionamentos (pessoal e orçamentário). Além da construção de uma cultura inclusiva na Universidade, pois a responsabilidade é de todos (as). Assim, todas as ações devem contemplar atenção no reconhecimento da diversidade humana. Então, que os espaços possam ser construídos, visando a garantia do direito de ir e vir de quaisquer pessoas no espaço institucional. E ressalto o desafio de tratar de inclusão numa sociedade excludente.

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