Cidade Universitária – enterrar o problema, esquecer as soluções

No próximo dia 7 de outubro, atendendo à solicitação do Tribunal de Contas do Estado, a Universidade do Estado do Amazonas irá realizar uma audiência pública para debater a destinação da obra inacabada de sua Cidade Universitária, com a participação de diversos segmentos da comunidade.
Outrossim, a Universidade propõe que se crie um grupo de trabalho no âmbito da reitoria a fim de dar subsídios técnicos, científicos e pedagógicos que sustentem a defesa da inviabilidade da execução do projeto, de maneira a pôr fim a qualquer possibilidade de uso do espaço por parte da UEA.
Afora o já estranho caráter tendencioso do pretendido grupo de trabalho, chama a atenção o fato de que reitoria da Universidade não sugira, ao menos em suas chamadas preliminares, uma única alternativa para a criação de um campus universitário que atenda às reais demandas da instituição e de seus membros, que seguem em sua grande maioria aglomerados em espaços inadequados, muitas vezes alugados, e feitos de improviso, que não permitem de nenhuma forma o pleno desenvolvimento de suas atividades acadêmicas.
Desse modo, a postura da reitoria parece ser a de enterrar o problema para ignorar as soluções, ou, o que é mais curioso, a de se abster de solução, para assim dar como resolvido o problema.
Que o projeto em discussão é inexequível a essa altura, isso de fato nos parece bem encaminhado. Porém, é inaceitável que o abandonemos sem antes definir quando e onde finalmente teremos um campus pra chamar de nosso, um campus da Universidade do Estado do Amazonas à altura de sua tarefa e missão.
Desse modo, a Sind-DUEA se coloca ainda do lado de discutir o problema, para que enfim saiamos desse debate com verdadeiras soluções, tanto para a Universidade quanto para a população em geral que aguarda um destino relevante para os milhões em impostos abandonados nas ruínas de Iranduba.
Lembrando a canção de Caetano: “Aqui tudo parece que era ainda / construção e já é ruína”. Porém, uma atitude fatalista não nos cabe, o projeto de um campus universitário urge e merece ressurgir.